
03 mar Na pele dos migrantes
A migração em massa é um dos problemas mais graves enfrentados atualmente pela humanidade. Seja por causa de guerras, mudanças climáticas, pobreza extrema ou mesmo pela busca de oportunidade social, milhões de pessoas deixam seus países natais todo ano rumo à localidades que possam oferecer-lhes um futuro melhor. Para se ter uma ideia, segundo a Organização da Nações Unidas (ONU), o número de migrantes dobrou entre 2000 e 2017, atingindo 258 milhões no ano passado. Entre as polêmicas que envolvem o tema, estão questões econômicas até o respeito e a aceitação das diferenças culturais entre os povos. É por essa razão que, nesta época de fim de ano, tão propícia para reflexão, que o trabalho do artista coreano Do Ho Suh (56) chamou tanto a minha atenção. Abrigada no Brooklyn Museum, em Nova York, a exposição nomeada One: Do Ho Suh recria, a partir de pedaços de nylon translúcido costurados, o antigo apartamento de Nova York em que Suh viveu entre 1997 e 2016, depois de deixar a capital Seul. Sua motivação foi fazer com que os outros sintam na pele o que é ser um imigrante, enfatizando a conexão e os laços emocionais que criamos com os lugares físicos em que vivemos. Com a instalação, o artista tornou possível “carregar” sua casa onde quer que vá, questionando o significado de permanência na vida atual, o processo de encontrar um lar e o quanto aquele espaço nos define como indivíduo. “A mostra faz com que os visitantes pensem em suas próprias vidas, nos lugares que têm significado para eles”, me contou a curadora da museu, Eugene Tsai (56).
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